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Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o SENHOR; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra. [Isaías 66: 1-2]

Lucas 23

Almeida Revista e Atualizada

  • 1. Levantando-se toda a assembleia, levaram Jesus a Pilatos.
  • 2. E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei.
  • 3. Então, lhe perguntou Pilatos: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Tu o dizes.
  • 4. Disse Pilatos aos principais sacerdotes e às multidões: Não vejo neste homem crime algum.
  • 5. Insistiam, porém, cada vez mais, dizendo: Ele alvoroça o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui.
  • 6. Tendo Pilatos ouvido isto, perguntou se aquele homem era galileu.
  • 7. Ao saber que era da jurisdição de Herodes, estando este, naqueles dias, em Jerusalém, lho remeteu.
  • 8. Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal.
  • 9. E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia.
  • 10. Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes o acusavam com grande veemência.
  • 11. Mas Herodes, juntamente com os da sua guarda, tratou-o com desprezo, e, escarnecendo dele, fê-lo vestir-se de um manto aparatoso, e o devolveu a Pilatos.
  • 12. Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois, antes, viviam inimizados um com o outro.
  • 13. Então, reunindo Pilatos os principais sacerdotes, as autoridades e o povo,
  • 14. disse-lhes: Apresentastes-me este homem como agitador do povo; mas, tendo-o interrogado na vossa presença, nada verifiquei contra ele dos crimes de que o acusais.
  • 15. Nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar. É, pois, claro que nada contra ele se verificou digno de morte.
  • 16. Portanto, após castigá-lo, soltá-lo-ei.
  • 17. [E era-lhe forçoso soltar-lhes um detento por ocasião da festa.]
  • 18. Toda a multidão, porém, gritava: Fora com este! Solta-nos Barrabás!
  • 19. Barrabás estava no cárcere por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio.
  • 20. Desejando Pilatos soltar a Jesus, insistiu ainda.
  • 21. Eles, porém, mais gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!
  • 22. Então, pela terceira vez, lhes perguntou: Que mal fez este? De fato, nada achei contra ele para condená-lo à morte; portanto, depois de o castigar, soltá-lo-ei.
  • 23. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E o seu clamor prevaleceu.
  • 24. Então, Pilatos decidiu atender-lhes o pedido.
  • 25. Soltou aquele que estava encarcerado por causa da sedição e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles.
  • 26. E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.
  • 27. Seguia-o numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam.
  • 28. Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos!
  • 29. Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram.
  • 30. Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!
  • 31. Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?
  • 32. E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com ele.
  • 33. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda.
  • 34. Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes.
  • 35. O povo estava ali e a tudo observava. Também as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.
  • 36. Igualmente os soldados o escarneciam e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:
  • 37. Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo.
  • 38. Também sobre ele estava esta epígrafe [em letras gregas, romanas e hebraicas]: ESTE É O REI DOS JUDEUS.
  • 39. Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também.
  • 40. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?
  • 41. Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez.
  • 42. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.
  • 43. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.
  • 44. Já era quase a hora sexta, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona.
  • 45. E rasgou-se pelo meio o véu do santuário.
  • 46. Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou.
  • 47. Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo.
  • 48. E todas as multidões reunidas para este espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se a lamentar, batendo nos peitos.
  • 49. Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o tinham seguido desde a Galileia permaneceram a contemplar de longe estas coisas.
  • 50. E eis que certo homem, chamado José, membro do Sinédrio, homem bom e justo
  • 51. (que não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros), natural de Arimateia, cidade dos judeus, e que esperava o reino de Deus,
  • 52. tendo procurado a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus,
  • 53. e, tirando-o do madeiro, envolveu-o num lençol de linho, e o depositou num túmulo aberto em rocha, onde ainda ninguém havia sido sepultado.
  • 54. Era o dia da preparação, e começava o sábado.
  • 55. As mulheres que tinham vindo da Galileia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado.
  • 56. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento.

Almeida Revista e Atualizada


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