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Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o SENHOR; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra. [Isaías 66: 1-2]

Lamentações 3

Almeida Revista e Atualizada

  • 1. Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do furor de Deus.
  • 2. Ele me levou e me fez andar em trevas e não na luz.
  • 3. Deveras ele volveu contra mim a mão, de contínuo, todo o dia.
  • 4. Fez envelhecer a minha carne e a minha pele, despedaçou os meus ossos.
  • 5. Edificou contra mim e me cercou de veneno e de dor.
  • 6. Fez-me habitar em lugares tenebrosos, como os que estão mortos para sempre.
  • 7. Cercou-me de um muro, e já não posso sair; agravou-me com grilhões de bronze.
  • 8. Ainda quando clamo e grito, ele não admite a minha oração.
  • 9. Fechou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.
  • 10. Fez-se-me como urso à espreita, um leão de emboscada.
  • 11. Desviou os meus caminhos e me fez em pedaços; deixou-me assolado.
  • 12. Entesou o seu arco e me pôs como alvo à flecha.
  • 13. Fez que me entrassem no coração as flechas da sua aljava.
  • 14. Fui feito objeto de escárnio para todo o meu povo e a sua canção, todo o dia.
  • 15. Fartou-me de amarguras, saciou-me de absinto.
  • 16. Fez-me quebrar com pedrinhas de areia os meus dentes, cobriu-me de cinza.
  • 17. Afastou a paz de minha alma; esqueci-me do bem.
  • 18. Então, disse eu: já pereceu a minha glória, como também a minha esperança no SENHOR.
  • 19. Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do veneno.
  • 20. Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim.
  • 21. Quero trazer à memória o que me pode dar esperança.
  • 22. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;
  • 23. renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
  • 24. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
  • 25. Bom é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
  • 26. Bom é aguardar a salvação do SENHOR, e isso, em silêncio.
  • 27. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade.
  • 28. Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Deus pôs sobre ele;
  • 29. ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança.
  • 30. Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta.
  • 31. O Senhor não rejeitará para sempre;
  • 32. pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias;
  • 33. porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens.
  • 34. Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra,
  • 35. perverter o direito do homem perante o Altíssimo,
  • 36. subverter ao homem no seu pleito, não o veria o Senhor?
  • 37. Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?
  • 38. Acaso, não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem?
  • 39. Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.
  • 40. Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o SENHOR.
  • 41. Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus, dizendo:
  • 42. Nós prevaricamos e fomos rebeldes, e tu não nos perdoaste.
  • 43. Cobriste-nos de ira e nos perseguiste; e sem piedade nos mataste.
  • 44. De nuvens te encobriste para que não passe a nossa oração.
  • 45. Como cisco e refugo nos puseste no meio dos povos.
  • 46. Todos os nossos inimigos abriram contra nós a boca.
  • 47. Sobre nós vieram o temor e a cova, a assolação e a ruína.
  • 48. Dos meus olhos se derramam torrentes de águas, por causa da destruição da filha do meu povo.
  • 49. Os meus olhos choram, não cessam, e não há descanso,
  • 50. até que o SENHOR atenda e veja lá do céu.
  • 51. Os meus olhos entristecem a minha alma, por causa de todas as filhas da minha cidade.
  • 52. Caçaram-me, como se eu fosse ave, os que sem motivo são meus inimigos.
  • 53. Para me destruírem, lançaram-me na cova e atiraram pedras sobre mim.
  • 54. Águas correram sobre a minha cabeça; então, disse: estou perdido!
  • 55. Da mais profunda cova, SENHOR, invoquei o teu nome.
  • 56. Ouviste a minha voz; não escondas o ouvido aos meus lamentos, ao meu clamor.
  • 57. De mim te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas.
  • 58. Pleiteaste, Senhor, a causa da minha alma, remiste a minha vida.
  • 59. Viste, SENHOR, a injustiça que me fizeram; julga a minha causa.
  • 60. Viste a sua vingança toda, todos os seus pensamentos contra mim.
  • 61. Ouviste as suas afrontas, SENHOR, todos os seus pensamentos contra mim;
  • 62. as acusações dos meus adversários e o seu murmurar contra mim, o dia todo.
  • 63. Observa-os quando se assentam e quando se levantam; eu sou objeto da sua canção.
  • 64. Tu lhes darás a paga, SENHOR, segundo a obra das suas mãos.
  • 65. Tu lhes darás cegueira de coração, a tua maldição imporás sobre eles.
  • 66. Na tua ira, os perseguirás, e eles serão eliminados de debaixo dos céus do SENHOR.

Almeida Revista e Atualizada


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