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Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o SENHOR; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra. [Isaías 66: 1-2]

Jó 30

Almeida Revista e Atualizada

  • 1. Mas agora se riem de mim os de menos idade do que eu, e cujos pais eu teria desdenhado de pôr ao lado dos cães do meu rebanho.
  • 2. De que também me serviria a força das suas mãos, homens cujo vigor já pereceu?
  • 3. De míngua e fome se debilitaram; roem os lugares secos, desde muito em ruínas e desolados.
  • 4. Apanham malvas e folhas dos arbustos e se sustentam de raízes de zimbro.
  • 5. Do meio dos homens são expulsos; grita-se contra eles, como se grita atrás de um ladrão;
  • 6. habitam nos desfiladeiros sombrios, nas cavernas da terra e das rochas.
  • 7. Bramam entre os arbustos e se ajuntam debaixo dos espinheiros.
  • 8. São filhos de doidos, raça infame, e da terra são escorraçados.
  • 9. Mas agora sou a sua canção de motejo e lhes sirvo de provérbio.
  • 10. Abominam-me, fogem para longe de mim e não se abstêm de me cuspir no rosto.
  • 11. Porque Deus afrouxou a corda do meu arco e me oprimiu; pelo que sacudiram de si o freio perante o meu rosto.
  • 12. À direita se levanta uma súcia, e me empurra, e contra mim prepara o seu caminho de destruição.
  • 13. Arruínam a minha vereda, promovem a minha calamidade; gente para quem já não há socorro.
  • 14. Vêm contra mim como por uma grande brecha e se revolvem avante entre as ruínas.
  • 15. Sobrevieram-me pavores, como pelo vento é varrida a minha honra; como nuvem passou a minha felicidade.
  • 16. Agora, dentro de mim se me derrama a alma; os dias da aflição se apoderaram de mim.
  • 17. A noite me verruma os ossos e os desloca, e não descansa o mal que me rói.
  • 18. Pela grande violência do meu mal está desfigurada a minha veste, mal que me cinge como a gola da minha túnica.
  • 19. Deus, tu me lançaste na lama, e me tornei semelhante ao pó e à cinza.
  • 20. Clamo a ti, e não me respondes; estou em pé, mas apenas olhas para mim.
  • 21. Tu foste cruel comigo; com a força da tua mão tu me combates.
  • 22. Levantas-me sobre o vento e me fazes cavalgá-lo; dissolves-me no estrondo da tempestade.
  • 23. Pois eu sei que me levarás à morte e à casa destinada a todo vivente.
  • 24. De um montão de ruínas não estenderá o homem a mão e na sua desventura não levantará um grito por socorro?
  • 25. Acaso, não chorei sobre aquele que atravessava dias difíceis ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado?
  • 26. Aguardava eu o bem, e eis que me veio o mal; esperava a luz, veio-me a escuridão.
  • 27. O meu íntimo se agita sem cessar; e dias de aflição me sobrevêm.
  • 28. Ando de luto, sem a luz do sol; levanto-me na congregação e clamo por socorro.
  • 29. Sou irmão dos chacais e companheiro de avestruzes.
  • 30. Enegrecida se me cai a pele, e os meus ossos queimam em febre.
  • 31. Por isso, a minha harpa se me tornou em prantos de luto, e a minha flauta, em voz dos que choram.

Almeida Revista e Atualizada


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